Entre os fatores que muitos desconhecem e pode afetar a fertilidade está a doença celíaca. A associação entre a doença celíaca e os problemas de fertilidade ainda é considerada uma descoberta recente. A relação foi sugerida pela primeira vez em 1982. Em 2010, um artigo publicado na revista Fertility and Sterility, da American Society for Reproductive Medicine (ASRM),relatou um caso de infertilidade feminina relacionada à doença celíaca. Tratava-se de uma indiana de 30 anos de idade que não possuía nenhuma outra doença sistêmica ou distúrbio que justificasse sua infertilidade. A mulher teve o diagnóstico de doença celíaca e, após oito meses de tratamento para a doença (com uma dieta livre de glúten),a paciente engravidou.
A doença celíaca é aproximadamente três vezes mais frequente em mulheres com infertilidade sem causa aparente do que na população em geral. Além da infertilidade, estudos demonstram que em mulheres celíacas não tratadas há um aumento na taxa de abortos espontâneos, menarca tardia, tempo de reprodução menor, parto prematuro e retardo de crescimento intrauterino. Uma pesquisa demonstrou que que a taxa de aborto espontâneo entre portadoras da doença celíaca que não recebera, tratamento era quase 9 vezes maior do que aquelas que receberam. Outros estudos revelaram que mais de um terço das mulheres com doença celíaca não tratada tem amenorréia (ausência de menstruação por muitos meses)
Homens celíacos também podem sofrer com a infertilidade, porém em uma menor proporção.
Apesar desses estudos, muitos médicos ainda não pedem exames para doença celíaca diante de casos de infertilidade, o que é lamentável, porque a infertilidade melhora quando a doença é tratada. Pesquisadores do Centro de Doença Celíaca da Universidade de Columbia sugerem testar qualquer paciente com infertilidade sem causa aparente, independente de apresentar sintomas.
Os exames utilizados para detectar a doença são os anticorpos Antitransglutaminase tecidual IgA (anti-TTG) ou Antiendomísio IgA, que são específicos para doença celíaca. É preciso apenas um deles, não é necessário realizar os dois e são realizados através de amostra de sangue.
MAS AFINAL, O QUE É A DOENÇA CELÍACA?
A doença celíaca é uma reação exagerada do sistema imunológico ao glúten, proteína encontrada em cereais como o trigo, o centeio, a cevada e o malte. O corpo de quem tem o problema não possui uma enzima responsável por quebrar o glúten. Como a proteína não é processada direito, o sistema imune reage ao acúmulo e ataca a mucosa do intestino delgado. Isso causa lesões e prejudica o funcionamento do órgão.
Um dos principais problemas que essa condição de saúde gera é a dificuldade de absorção de nutrientes pelo organismo. Ou seja, você pode comer de maneira correta, mas o seu corpo não aproveita os nutrientes ingeridos. Essa é uma das formas pelas quais acredita-se que a doença celíaca contribua para a infertilidade: porque interfere na absorção do ácido fólico e outras vitaminas, que contribuem para o aumento de homocisteína. Níveis altos de homocisteína estão relacionados a infertilidade e trombofilia.
Por ser uma doença que afeta o aparelho digestivo, não é difícil perceber os seus sintomas, que podem ser notados já na infância do indivíduo celíaco:
- Diarreia
- Dor no estômago ou Desconforto abdominal
- Síndrome do Intestino Irritável
- Prisão de ventre
- Perda de peso
- Anemia
- Sensação de estufamento
- Cólica
Irritabilidade e lesões na pele, além de aftas na boca e perda do esmalte dentário, assim como osteoporose, são outros sintomas que podem acompanhar a doença.
QUAL O TRATAMENTO?
Deixar de ingerir glúten. Eliminar o glúten da alimentação permite a restauração do revestimento intestinal e capacidade do organismo de absorver nutrientes. Mesmo assim, pesquisadores observaram que mesmo com dieta sem glúten, metade dos portadores de doença celíaca exibe deficiências vitamínicas, mas pode ser facilmente corrigido com suplementação. Entre as vitaminas mais comumente deficientes na doença celíaca estão as vitaminas do complexo B, vitamina D, E, ácido fólico, e os minerais cálcio, zinco, ferro e magnésio. Em nossa loja virtual propusemos uma fórmula para suprir as principais deficiências vitamínicas causadas pela doença celíaca. Clique para visualizar.
O maior problema é que não é fácil tirar a farinha da dieta. Mas você pode ingerir frutas, legumes, carnes, ovos, mariscos e peixes, feijão, ervilha, lentilha, soja, farinha de arroz, farinha de mandioca, amêndoa, coco, alfarroba, quinoa, ervilha, arroz, milho, trigo sarraceno e quinoa, maisena, goma de tapioca, gelatina, óleos vegetais, incluindo o azeite de oliva, leite, iogurte, manteiga e queijos, amêndoas, nozes, castanha, amendoim e pistache.
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