É de extrema importância pensar na saúde tanto da futura mamãe como do futuro papai antes de conceberem a criança. Para melhorar a fertilidade, podemos modificar alguns hábitos do nosso dia a dia. Clique aqui para saber quais são eles. Tomar suplementos pode ajudar bastante o casal que está pretendendo engravidar, porém quando estamos pensando em ter um filho, a primeira coisa que precisamos pensar é na qualidade da alimentação do casal (sim, inclusive do pai). Devemos pensar numa dieta balanceada, aumentar o consumo de salada, frutas, não abusar de frituras e doces e se possível parar de fumar e beber. Uma dieta baseada nos padrões alimentares mediterrâneos, ou seja, rica em fibras alimentares, ácidos graxos ômega-3, proteínas vegetais, vitaminas e minerais, tem um impacto positivo na fertilidade.
Devemos manter um aporte adequado de antioxidantes. No estudo “Antioxidant Consumption is Associated with Decreased Odds of Congenital Limb Deficiencies” foram avaliadas as deficiências associadas ao risco de anomalias congênitas associadas a dieta. Pasmem, aproximadamente 1 a cada 2000 bebes nascem com deficiência nos membros nos Estados Unidos. É um número muito grande! E reparem que esse estudo foi conduzido nos Estados Unidos, um país que ainda consome muito “junk food”. O mesmo estudo mostra que um maior consumo de frutas e verduras 1 ano antes de engravidar e principalmente um maior consumo de antioxidantes (beta-caroteno, licopeno, luteína) foram associados a menor risco de malformações nos membros.
Os antioxidantes também são de extrema importância para a saúde do ovário e dos óvulos da mulher que deseja engravidar. Nutrientes como vitamina C, melatonina, myo-inositol, ácido fólico, N-acetil-cisteína, arginina, vitamina E, vitamina D, cálcio, ômega 3 devem ser inseridos na dieta da “mulher tentante”, como sugere o estudo “Antioxidant administration strategies overcoming coc oxidative stress”.
Outro estudo (Preconceptional diet quality is associated with birth outcomes among low socioeconomic status minority women in a high-income country) concluiu que a baixa qualidade da dieta durante o período de pré-concepção foi associada a resultados adversos na gravidez e parto, como feto com baixo peso para a idade gestacional, parto pré maturo e baixo peso ao nascer.
Aqui vamos listar alguns nutrientes que podem auxiliar na fertilidade e numa gestação saudável. E lembre – se, esse artigo é para dar uma idéia do que pode ser tomado para melhorar as chances de gravidez, mas o ideal é procurar um profissional da saúde especializado no assunto, que pode ser o ginecologista, uma nutricionista especializada ou um farmacêutico especializado. Em hipótese alguma tome suplementos durante a gestação sem informar antes ao seu obstetra, isso pode ser muito perigoso para a saúde do bebê e da mamãe.
Ácido Fólico
É o primeiro suplemento prescrito para as gestantes, é aquele suplemento que quando vamos à nossa primeira consulta com o obstetra saímos com uma receita de ácido fólico na mão. Isso porque ele é essencial para o fechamento do tubo neural do bebê que ocorre durante as primeiras semanas do desenvolvimento embrionário. Quando ocorre uma falha durante o fechamento do tubo neural, temos a anencefalia. Só que o que acontece com a maioria das gestantes, principalmente durante as primeiras semanas é um enjoo muito forte, tornando quase impossível a ingestão de qualquer coisa, principalmente de cápsula. Por isso é muito importante já começar a suplementação de ácido fólico se você estiver pensando em engravidar.
Na gravidez, o ácido fólico também ajuda a modular alguns efeitos adversos como pré-enclampsia, convulsão, anemia, restrição de crescimento fetal intrauterino e transtorno de espectro autista. Mas o ácido fólico além de ser essencial na gestação, também melhora a fertilidade. Quando não temos ácido fólico suficiente, aumentamos a concentração de homocisteína no nosso corpo, que é tóxica. Com isso há um aumento da inflamação com consequente diminuição da fertilidade e ainda, aumenta o risco de aborto e trombose.
Na dieta encontramos o ácido fólico em vegetais verdes folhosos, brotos, algumas frutas, levedo de cerveja e fígado. Mas se for suplementar, dê preferência ao ácido folínico ou ao metil-folato que são melhores absorvidas, e não corremos o risco de ficar uma parte não metabolizada circulante no sangue trazendo malefícios a saúde.
No artigo “5-Methyltetrahydrofolate and Vitamin B12 Supplementation Is Associated with Clinical Pregnancy and Live Birth in Women Undergoing Assisted Reproductive Technology”foram avaliadas 269 mulheres que estavam em tratamento de reprodução assistida. Nessas mulheres, 111 (Grupo A) foram suplementadas diariamente com metilfolato 400mcg, vitamina B12 5mcg e vitamina B6 3mg e 158 (Grupo B) apenas com ácido fólico 400mcg. O grupo A teve uma maior taxa de gravidez do que o grupo B e ainda uma maior taxa de nascidos vivos.
Vitamina B12
No artigo “5-Methyltetrahydrofolate and Vitamin B12 Supplementation Is Associated with Clinical Pregnancy and Live Birth in Women Undergoing Assisted Reproductive Technology”foram avaliadas 269 mulheres que estavam em tratamento de reprodução assistida. Nessas mulheres, 111 (Grupo A) foram suplementadas diariamente com metilfolato 400mcg, vitamina B12 5mcg e vitamina B6 3mg e 158 (Grupo B) apenas com ácido fólico 400mcg. O grupo A teve uma maior taxa de gravidez do que o grupo B e ainda uma maior taxa de nascidos vivos.
A Vitamina B12 existe na forma de cianocobalamina e de metilcobalamina. A melhor forma de suplementar é como metilcobalamina.
Vitamina E
A vitamina E é um antioxidante importante para o crescimento folicular, espessamento do endométrio (em mulheres com endométrio fino) e está associada a um maior número de nascidos vivos.
A vitamina E não precisa necessariamente ser suplementada através de cápsula, ela pode vir em altas concentrações diretamente da alimentação. Abacate, castanhas, oleaginosas, azeite de oliva e óleos prensados a frio são ricos em vitamina E. Só é necessário suplementar se a mulher for fumante ( já podíamos pensar em reduzir ou parar né? acupuntura ajuda muito nesse processo), com alto grau de inflamação ou passando por um nível de stress muito elevado. Mulheres com endometriose tem um stress oxidativo mais alto e também pode ser interessante suplementar.
Sempre associar a vitamina E junto com a vitamina C porque a vitamina C recupera a vitamina E. A vitamina E se torna alfa-tocoferil no nosso organismo e ela precisa ser reduzida a tocoferol novamente. Quem ajuda ela nesse processo é a vitamina C. A dosagem recomendada é de 100 a 400 UI por dia e pode ser mantido na gravidez. Mas tome cuidado, antes do parto deve ser suspendido porque aumenta o tempo de sangramento.
Zinco
O zinco também é um mineral muito importante para quem está querendo engravidar. Sem o zinco não ocorre o processo de ovulação nas mulheres e no homem a baixa concentração de zinco está associado a baixa produção e qualidade/motilidade dos espermatozóides. Mas precisamos de uma quantidade ideal de zinco, porque o excesso também causa a anovulação e baixa qualidade dos espermatozóides. O zinco também é importante no crescimento e desenvolvimento dos folículos e para a ligação espermatozóide – óvulo.
Se você tomou anticoncepcional por um longo período, provavelmente você tem um desequilíbrio entre zinco e cobre. Outros fatores que podem baixar os níveis de zinco são: dificuldade para dormir, ou não dormir com qualidade e quantidade suficiente, excesso de exercício físico ou se passou por um período de stress muito grande devido ao trabalho, problemas na família ou ao próprio fato de estar tentando engravidar há muito tempo e não conseguir.
A deficiência de zinco também pode causar uma dificuldade do embrião em se ligar adequadamente no endométrio, uma restrição no desenvolvimento do embrião e ainda defeitos epigenéticos nos oocitos com uma redução de metilação do DNA, redução do peso fetal, defeito no tubo neural e a placenta pode não se desenvolver adequadamente (ela fica menor do que ela seria normalmente). Nesse trabalho (role of zinc in female reproduction) eles constataram que 3 ou 5 dias de uma dieta deficiente em zinco já são suficientes para gerar mudanças epigenéticas que afetam o desenvolvimento do oocito e efeitos a longo prazo no desenvolvimento placentario e fetal.
A forma ideal de suplementar zinco é na forma de citrato ( citrato de zinco), caso você tenha uma deficiência de ácido clorídrico, ou zinco quelado, na dosagem de 10 a 40 mg por dia. Tomar junto com as refeições porque o zinco é um irritante gástrico, pode dar dor de estômago. O zinco pode ser tomado durante a gestação, até porque é um nutriente que costuma baixar na mãe no decorrer da gestação
As chances de gravidez de mulheres que tem níveis ótimos de vitamina D (em torno de 45ng/ml) é maior do que em mulheres com deficiência de vitamina D. A vitamina D tem um impacto sobre o hormônio antimuleriano que reflete em como esses folículos estão sendo recrutados para serem amadurecidos e dessa forma a ovulação acontecer.
A vitamina D melhora a fertilidade em mulheres no geral, em mulheres portadoras de Síndrome do Ovário Policístico e em mulheres portadoras de endometriose, como mostra o trabalho “The role of vitamin D in the fertility and during pregnancy and lactation: a review of clinical data”. E assim como é importante para a fertilidade, a vitamina D também é importante na gravidez e lactação.
A vitamina D também é imunomoduladora e isso se reflete no endométrio, diminuindo a resposta imune em células endometriais. Um excesso de resposta imune no endométrio pode ser um dos causadores do aborto ou causa uma dificuldade de implantação do embrião.
Selênio
O selênio é importante para os hormonios tireoidianos, para produção da glutationa e esta associado a piora do folículo e do espermatozóide. Dosagens diminuídas de selênio no folículo causa uma piora no desenvolvimento e um aumento da apoptose (morte) desses folículos. A suplementação de selênio modula positivamente o status antioxidante, reduz a taxa de apotose e melhorando o desenvolvimento dos embriões in vitro. Isso foi o que demonstrou o estudo realizado em camundongas idosas, chamado “Dietary Selenium Supplementation Ameliorates Female Reproductive Efficiency in Aging Mice”
O selênio utilizado antes da gravidez também pode ser muito útil para prevenir diabete gestacional, como demonstra o estudos Effect of Preconception Selenium Intake on the Risk for Gestational Diabetes: The Japan Environment and Children’s Study e Association of Selenium Levels with Gestational Diabetes Mellitus: An Updated Systematic Review and Meta-Analysis. A resistencia a insulina pode aumentar principalmente a partir do segundo trimestre, ao redor de 20 semanas, e a deficiência de selênio pode ser um causador
A castanha do Pará é rica em selênio, mas cuidado, consumir muita castanha pode levar ao selênio em excesso. Um excesso de selênio pode ser visualizada através do ressecamento das unhas e cabelos, queda de cabelo e manchas esbranquiçadas nas unhas. O selênio pode ser suplementado em forma de selênio quelado ou selenometionina 40-80 mcg/dia.
Ferro
O bebê tem uma necessidade muito grande de ferro durante a gestação, por isso é importante suplementar antes da gestação e durante também, até porque é um mineral que costuma baixar na mãe no decorrer da gravidez.
Existe um estudo do Vietnan que mostra que mulheres que receberam ferro e ácido fólico durante a gestação, melhoraram as reservas de ferro para sí próprias e para o bebê mesmo após 3 meses após o parto (Impact of Preconception Micronutrient Supplementation on Anemia and Iron Status during Pregnancy and Postpartum: A Randomized Controlled Trial in Rural Vietnam)
A ferritina ideal para mulheres que desejam engravidar deve estar em torno de 100 ng/ml, sendo que até 150 ng/ml é uma ferritina ideal para quem esta tentando engravidar. A dose usual é de 10-45 mg/dia na pre-concepção, deve ser tomado 1 vez ao dia, as fezes tendem a ficar mais escurecidas e pode causar um pouquinho de constipação.
Ácido Lipóico
Estudos indicam que mulheres que receberam ácido lipoico junto com myo-inositol tiveram uma maior capacidade antioxidante no fluido folicular e uma melhora na maturação do oócito e desenvolvimento do embrião (Effects of α-lipoic acid and myo-inositol supplementation on the oocyte environment of infertile obese women: A preliminary study e The role of alpha lipoic acid in female and male infertility: a systematic review)
As doses usuais são de 200mg até 800 mg por dia (mas costuma ser 300 a 400mg por dia), por pelo menos 3 meses, e pode ser mantido na gestação, mas faz-se uma adequação da dose no caso da gestação.
Cálcio
O cálcio é essencial para a ovulação e a deficiência dele pode causar amenorréia, que é a ausência de menstruação. O cálcio age na mitocondria e também libera neurotransmissores que são importantes para o desenvolvimento do folículo, como GABA, encefalinas, serotonina, acetilcolina. O ideal é suplementar na forma de cálcio quelado ou cálcio citrato 200-400mg/dia
Iodo
O iodo é muito importante na pré-concepção porque produz hormônios tireoidianos e os hormônios sexuais dependem deles para serem produzidos. Além disso, sabemos que o bebe depende dos hormonios tireoidianos produzidos pela mãe nas primeiras 20 semanas. Na gestação ocorre um aumento da produção de hormonios tireoidianos para suprir a necessidade do bebe. A dose diária recomendada é de 40 mcg a 250 mcg dia iodo alga kelp.
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A coenzima Q10 é também conhecida como ubiquinona e é encontrada em todos os tecidos – e por isso que o nome dela é ubiquinona – ubíquo quer dizer onipresente, presente em toda parte e quinona é o tipo de molécula. A coenzima q10 tem um papel muito importante na respiração celular na mitocôndria, que resulta na produção de energia que é o conhecido ATP, e é um excelente antioxidante. E hoje sabe – se que os níveis de coenzima q10 diminuem com a idade.
Existem trabalhos relacionando que a medida que o oocito vai envelhecendo, vai piorando a função da mitocondria, diminui respiração celular e reduz níveis de ATP (A battery boost for old eggs? Robert F. Casper, M.D. ). Mas a notícia boa é que tudo isso pode ser revertido com a administração de Coenzima Q10. Estudos apontam que a coenzima Q10 melhora a qualidade do oócito e melhora a taxa de gestação.
Pode ser muito útil em mulheres que estão tentando a fertilização In Vitro porque o estresse oxidativo dificulta o processo de maturação e fecundação dos oócitos, e o cultivo dos prováveis embriões. (Consequences of production of reactive oxygen species in reproduction and main antioxidant mechanisms E.R. Andrade1,4, F.A. Melo-Sterza2,3, M.M. Seneda3 , A.A. Alfieri1).
A coenzima q10 é um excelente suplemento para envelhecimento ovariano, utilizado em doses de 200 a 600 mg/dia, por no mínimo 3 meses e pode continuar utilizando durante a gestação.
É interessante aumentar o consumo de ômega 3 através da dieta, ou através da ingestão de cápsulas de ômega 3. O ômega 3 é um ácido graxo encontrado em grande quantidade nos óleos de peixes de água fria, como salmão, atum, arenque, cavala e sardinha. em algas marinhas e nos óleos e sementes de alguns vegetais.
O ômega 3 melhora a fertilidade porque promove a produção de hormônios, diminui a inflamação e promove o crescimento e maturação do óvulo. Se você tem por hábito manter uma alimentação fortemente inflamatória, ou seja, comer muita carne vermelha, alimentos ultra processados, frituras, gordura, refrigerante, álcool e açúcar, provavelmente é interessante fazer a suplementação de ômega 3 para aumentar suas chances de engravidar.
Num estudo científico entitulado “Omega-3 fatty acid supplementation and fecundability” mostrou que mulheres que tomavam suplemento de ômega 3 tiveram 2,2 vezes mais chances de engravidar em comparação com mulheres que não tomaram ômega 3.
Se optar pela ingestão de cápsulas de ômega 3, atente – se a concentração de EPA e DHA, descritas no rótulo do suplemento. Nesse período de pré – concepção a concentração de EPA deve ser maior que a de DHA. O EPA contido no ômega 3 tem uma ação anti-inflamatória muito importante. O período mínimo de ingestão de ômega 3 é de 3 meses, de 1 a 2 gramas ao dia tanto homens quanto mulheres.
A ingestão de ômega 3 pode continuar durante a gravidez, inclusive ajuda o bebê a se desenvolver com saúde. O ômega 3 é essencial na formação de todas as membranas celulares do sistema nervoso central, diminui a incidência de parto prematuro e baixo peso ao nascer melhora a visão e a coordenação motora do bebê.
Cisteína
Quando ingerimos cisteína aumentamos a concentração de taurina e glutationa. A glutationa é um importante antioxidante do ovário e a deficiência de glutationa é visualizada em ovários envelhecidos. A cisteína é precursor de glutationa
N Acetil Cisteína
A N – acetil – cisteína tem sido amplamente estudada para infertilidade masculina e feminina sem causa aparente, por decorrência da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) ou por decorrência de endometriose. A cisteína é precursora da glutationa, um dos principais antioxidantes naturais para fertilidade masculina e feminina. Além disso, a cisteína é importante para a formação de colágeno e queratina, que mantém a hidratação, o brilho e a elasticidade da pele e dos cabelos.
Na endometriose a mulher produz menos glutationa e há uma tendência a envelhecimento ovariano mais precoce. Na revisão bibliográfica (Targeting Oxidative Stress Involved in Endometriosis and Its Pain), após 3 meses de tratamento, os indivíduos que foram tratados com NAC (1,8 g/dia) experimentaram uma redução no diâmetro médio do cisto em comparação com os participantes do grupo não tratado que ao contrário, experimentaram um aumento significativo no diâmetro médio do cisto. Isso pode ser atribuído à capacidade do NAC de suprimir a proliferação celular aberrante e a ativação excessiva de genes relacionados à inflamação. Outro estudo de Pittaluga et al., determinou que o NAC pode alterar o comportamento celular, mudando as células de um estado proliferativo para um estado de diferenciação que, em última análise, diminui a invasão celular e a inflamação do tecido, resultando em massas de endometrioma reduzidas. Devido ao perfil de segurança do NAC, o estudo sugere que é uma opção viável para o tratamento da endometriose progressiva e debilitante, especialmente em pacientes que pretendem engravidar.
Na SOP também há um estresse oxidativo aumentado. Na revisão bibliográfica (N-acetyl-cysteine as adjuvant therapy in female infertility: a systematic review and meta-analysis), chegou a conclusão que a N-Acetil-Cisteína pode ser um adjuvante eficaz na infertilidade feminina inexplicada e relacionada à SOP. O efeito pode ser mais profundo em mulheres com alto IMC, resistência à insulina e estresse oxidativo. 15 estudos entraram nessa pesquisa e alguns estudos utilizaram doses que variavam entre 1200 e 1800 mg/dia. Quando comparado ao placebo, quem usou N-Acetil-Cisteína aumentou a taxa de gestação em 114% e taxa de ovulação em 265%.
Um outro estudo com 468 homens inférteis avaliou a eficácia de selênio e/ou N-Acetil-Cisteina administrados por via oral por 26 semanas na melhora da qualidade do sêmen. Os resultados foram à melhora dos parâmetros avaliados, indicando que a suplementação do selênio associado ao NAC melhora a qualidade do sêmen e são benéficos para suplementação em pacientes em tratamento para infertilidade (Safarinejad S. – J Urol. 2009 Feb; 181(2):741-51. Eficacy of selenium and/or Nacetyl- cysteine for improving semen parameters in infertile men: a double-blind,placebo controlled)
Alimentos ricos em cisteína são brocolis, couve de bruxelas, repolho (geralmente aimentos que quando você cozinha tem um cheiro peculiar de “pum”). Se preferir realizar a suplementação de N-Acetil Cisteína, a dosagem utilizada nos estudos é de 600 até 1800 mg/dia, por pelo menos 3 meses. Ele é irritante gástrico, diminui o muco protetor no estomago. Não deve ser utilizado em caso de gastrite ou ulcera. Em caso de gastrite, ou desconforto estomacal, utilize a N-Acetil-Cisteína em cápsula gastro-resistente. Pode continuar utilizando na gestação somente se for indicada pelo médico, por exemplo em casos onde há transtorno de espectro autista na família
Melhora a questão hormonal da mulher, melhora a taxa de ovulação e a frequência do ciclo menstrual (exemplo uma mulher que tem 6 ciclos ao ano, passa a ter 9 ciclos ao ano), sendo útil para mulheres portadoras da Síndrome do Ovário Policistico (SOP) e mulheres não portadoras também. Fisiologicamente, o myo-inositol tem sua concentração aumentada no ovário para que o FSH (hormonio folículo estimulante, muito importante na ovulação) consiga atuar de forma satisfatória
Na SOP, é muito útil porque diminui a testosterona total e livre, DHEAs (costuma estar aumentado em mulheres com Síndrome do Ovário Policístico) e aumenta SHBG. Diminui insulina em jejum e glicemia em jejum (Inositol Treatment of Anovulation in Women with Policystic Ovary Syndrome: a meta analysis of randomized trials). O myo inositol é eficaz na normalização da função ovariana, melhorando a qualidade do oocito e do embrião na SOP (Impact of Myo-Inositol Treatment in Women with Polycistic Ovary Syndrome in Assisted Reproductive Technologies.
O myo-inositol pode ser útil em mulheres que estão tentando a Fertilização in Vitro, mas que tem resistência aos medicamentos empregados no tratamento.
O myo-inositol pode continuar sendo utilizado durante a gestação, principalmente para mulheres com risco de diabetes gestacional e previne defeitos do tubo neural. A dose indicada é de 1gr até 4gramas ao dia, e pode ser usado até regular a menstruação ou durante toda a gestação.
A carnitina tem efeito antioxidante, efeito anti – apoptótico (utilizado no envelhecimento ovariano e uma necessidade de crescimento do folículo – quando o folículo não matura adequadamente) e efeitos anti-inflamatórios. Melhora níveis de estradiol e níveis de progesterona. Muito útil para mulheres com SOP, principalmente em situação de diabetes ou pré diabetes e no espessamento do endométrio quando utilizado com o clomifeno. Melhora a qualidade do espermatozóide por ser antioxidante e a motilidade.
A dosagem usual é de 1 a 3 gramas, tanto em homens como mulheres e é melhor absorvida na forma de xarope ou se tomada junto com algum carboidrato. O uso ideal é por pelo menos 3 meses e pode ser mantida durante a gestação, dependendo da necessidade da paciente.
Probióticos
A gestante tem uma disbiose fisiológica no segundo trimestre de gestação, evoluindo até o terceiro trimestre. Se ela já entrar na gestação com uma disbiose instalada, essa alteração fisiológica começa a se tornar patogênica. A disbiose intestinal contribui para a disbiose vaginal que contribui para a disbiose uterina que pode causar infertilidade e nascimento pré-maturo do bebê.
É encontrada a presença de melatonina no ovário, útero, mama e placenta. Participa do processo de implantação do embrião, é um 
importante antioxidante, antiinflamatório, regula sistema imunológico e está associada a maturação, qualidade do oócito e melhora na função do corpo lúteo. Seu precursor é o L-triptofano, mas para a formação de melatonina precisamos de ácido fólico, vitamina B6, vitamina B12, magnésio, cromo e ômega 3. Mulheres mais velhas tendem a ter uma concentração menor de melatonina. Na FIV aumenta taxa de implantação.
Sua liberação ocorre a noite. Num estudo científico, ratas foram submetidas a luz por 24 horas. Elas ficaram completamente inférteis. Uma das formas para você descobrir se tem deficiência de melatonina é se você for sonâmbula. As doses permitidas pela ANVISA são de 0,21mg ao dia como suplemento.
Resveratrol
Auxiliar no envelhecimento ovariano, na endometriose , na SOP e na qualidade dos oocitos e embrião. Melhora a inflamação e o estresse oxidativo. A dosagem usual é de 100mg – 400mg ao dia, por no mínimo 1 mês e não pode ser usada na gestação porque tem risco de aborto e diminuição da taxa de implantação. Não pode ser utilizado na FIV também
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